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Professora, Jornalista, Relações Públicas e Mestre em Comunicação Social. Apaixonada pela comunicação e pelo imaginário humano e cultural.

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Sunday, February 26, 2012

O Jogo do Anjo

Suspense encantador de Carlos Ruiz Zafón. Mais um, claro! Após ler A Sombra do Vento, li Marina, agora o Jogo do Anjo e não me canso desse autor. Na minha opinião, um dos melhores que li nos últimos dois anos e, olha que não leio pouco.

Nessa obra, onde ele conta a história de David Martins, escritor que quase vende a alma por dinheiro e fama, traz a tona a pesada caminhada de apaixonados pela escrita, como eu. A dificuldade do começo, o desenvolvimento do escritor, as dificuldades que enfrenta e, ainda, a problemática entre manter seus valores ou abrir mão deles por dinheiro e vendas em escala, de narrativas com o nome na capa.

David tem um amor, como todos os personagens principais de Zafón, mas vive um jogo de tramas inacreditável, ao tentar descobrir, afinal, quem é seu verdadeiro editor, se é que existe. David perde-se no seu mundo e, na busca pela verdade do patrão, ele perde-se de si, encontra-se. Se sujeita a situações inusitadas, onde não sabe o que é necessário e o que é desnecessário.

Além do vaivém de narrativa e de personagens, divido em três atos, Zafón resgata a Livraria de Sempere e Filhos, o Cemitério dos Livros Esquecidos, presentes na Sombra do Vento, e, aqui, as histórias vão além dos labirintos letrados.

Envolvente, da primeira a última linha. Ótima leitura, não só para as férias.


Confira alguns fragmentos do livro:


“Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente o doce veneno da vaidade no sangue e começa a acreditar, que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente vai viver mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço.”


“Em geral, quanto mais talento tem, mais a pessoa duvida que o tenha realmente.”


“Toda obra de arte é agressiva, Isabella. E a vida de todo artista é uma guerra, grande ou pequena, a começar pela luta contra as próprias limitações. Para chegar a qualquer lugar que deseje alcançar é preciso primeiro a ambição, depois o talento, o conhecimento e, finalmente, a oportunidade.”


“São sempre os mais bestiais e mesquinhos que se consideram mais virtuosos e olham o resto do mundo por cima do ombro.”






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